quarta-feira, 28 de maio de 2008
domingo, 25 de maio de 2008
QUILOMBAGEM - Por Edson Bezerra e Kelly Baêta
Luís de Assis, Jurandir Bozo e Gilson Vilela
Pelo fim do silêncio ou pelo início do grito?
Assim se define a ruptura que surge nas melodias e cânticos do Projeto Quilombagem. Os músicos Jurandir Bozo (Poeira Nordestina), Luís de Assis (Vibrações), se juntaram ao professor de capoeira angola Gilson Vilela, para fazer valer na arte mais um espaço para a propagação da cultura afro-alagoana e suas histórias.
O Quilombagem comunga das idéias já propagadas pelo Manifesto Sururu (de Edson Bezerra), em busca de uma identidade alagoana, das margens para o centro; não vem apenas para somar, vem principalmente para dividir a hipocrisia da verdade e contar junto com os mestres, uma parte de Alagoas que ainda vive em meio às sobras e no esquecimento. Pela cultura do sururu (“Sururu: comida dos pobres: nossa miséria é a nossa riqueza.”). Pelo manifesto dos bairros distantes (Wado) pelo fluíde-festo (de Beto Brito e Tainan Costa), assim pelo avesso das histórias que nos contam e nos fazem calar. Pelos Orixás e Caboclos da mata, pelas benzedeiras e catadores de coco. Nos Guerreiros, Baianas e Capoeiras, numa Alagoas primitiva, mas antenada, rústica, mas universal, vendo o chão no asfalto quente da Fernandes Lima ao Benedito Bentes e todos os bairros que sagram nas margens da cidade.
Ressurgem as manifestações, dessa vez, em forma de música, para que não esqueçamos a rebeldia e o protesto a favor da preservação das verdadeiras raízes culturais do nosso Estado (Alagoas). O projeto Quilombagem quer isso, uma emancipação verdadeira, a manutenção das influências dos ritmos das religiões afro descendentes, do Candomblé e da Umbanda.
Na bagagem do Quilombagem, as reminiscências presentes no sangue, na pele ou na voz negra dos músicos alagoanos. Cantarolando “samba nego, branco num vem cá”, queremos relembrar a rebeldia dos quilombos dos escravos brasileiros. A palavra de ordem é transformação social através da arte, uma declaração que surge misturando-se ao coco, ao guerreiro, aos cantadores e contadores de estórias, rezadores e feiticeiros dos sertões.
Da Mundaú ao São Francisco, Quilombagem propaga a cultura afro alagoana, o canto negro, índio e mulato. É a nova forma de acordar a sociedade dormente e omissa. Comunga das idéias dos novos intelectuais que pensam e repensam Alagoas.
Assim se define a ruptura que surge nas melodias e cânticos do Projeto Quilombagem. Os músicos Jurandir Bozo (Poeira Nordestina), Luís de Assis (Vibrações), se juntaram ao professor de capoeira angola Gilson Vilela, para fazer valer na arte mais um espaço para a propagação da cultura afro-alagoana e suas histórias.
O Quilombagem comunga das idéias já propagadas pelo Manifesto Sururu (de Edson Bezerra), em busca de uma identidade alagoana, das margens para o centro; não vem apenas para somar, vem principalmente para dividir a hipocrisia da verdade e contar junto com os mestres, uma parte de Alagoas que ainda vive em meio às sobras e no esquecimento. Pela cultura do sururu (“Sururu: comida dos pobres: nossa miséria é a nossa riqueza.”). Pelo manifesto dos bairros distantes (Wado) pelo fluíde-festo (de Beto Brito e Tainan Costa), assim pelo avesso das histórias que nos contam e nos fazem calar. Pelos Orixás e Caboclos da mata, pelas benzedeiras e catadores de coco. Nos Guerreiros, Baianas e Capoeiras, numa Alagoas primitiva, mas antenada, rústica, mas universal, vendo o chão no asfalto quente da Fernandes Lima ao Benedito Bentes e todos os bairros que sagram nas margens da cidade.
Ressurgem as manifestações, dessa vez, em forma de música, para que não esqueçamos a rebeldia e o protesto a favor da preservação das verdadeiras raízes culturais do nosso Estado (Alagoas). O projeto Quilombagem quer isso, uma emancipação verdadeira, a manutenção das influências dos ritmos das religiões afro descendentes, do Candomblé e da Umbanda.
Na bagagem do Quilombagem, as reminiscências presentes no sangue, na pele ou na voz negra dos músicos alagoanos. Cantarolando “samba nego, branco num vem cá”, queremos relembrar a rebeldia dos quilombos dos escravos brasileiros. A palavra de ordem é transformação social através da arte, uma declaração que surge misturando-se ao coco, ao guerreiro, aos cantadores e contadores de estórias, rezadores e feiticeiros dos sertões.
Da Mundaú ao São Francisco, Quilombagem propaga a cultura afro alagoana, o canto negro, índio e mulato. É a nova forma de acordar a sociedade dormente e omissa. Comunga das idéias dos novos intelectuais que pensam e repensam Alagoas.
QUILOMBAGEM: UM CANTO DE NEGROS URBANOS
Mais do que um show, Quilombagem é uma releitura das culturas negras alagoanas. No Quilombagem, o saber emergente de uma alagoanidade das margens, o canto negro e as raízes banto saído das entranhas de Luís de Assis (do Vribrações), Jurandir Bozo (do Poeira Nordestina) e Gilson Vilela (professor de capoeira angola).
Na divisão do trabalho, um canto de pertencimento a coisa de uma negritude urbana aonde se misturam afoxé, reggae, coco, camdomblé, capoeira e outras toadas.
Com este encontro, o que vai ser posto em pauta é a continuidade de uma cena urbana rasurada de uma negritude saindo das margens e invadindo a cena cultural urbana de Maceió.
Na coisa da mestiçagem, a presença dos poetas Beto Brito e Tainan Costa, o babalorixá Célio Rodrigues e ogans da casa de Iemanjá, a ialorixá Mãe Vera, Wado, Edson Bezerra e Mestre Verdelinho.
Na formação da banda, Jurandir Bozo (vocal e percussão), Luiz de Assis (vocal, percussão e violão) e Gilson Vilela (vocal, berimbau e percussão), além da participação dos músicos Willbert Fialho (violão de 6 e de 12 cordas), Léo Bulhões, Fábio de Ogum e Luciano Rasta (percussão), Jam Bass (baixo) e Zé rocha (acordeom e violoncelo).
O show Quilombagem traz uma mostra da cultura popular e negra alagoana, apresentada de uma forma atual, mas sem esquecer as origens que a fundamentaram, um passeio pelos toques do candomblé, pontos de caboclos, cantadores de coco, poetas e brincantes da nossa cultura.
Na divisão do trabalho, um canto de pertencimento a coisa de uma negritude urbana aonde se misturam afoxé, reggae, coco, camdomblé, capoeira e outras toadas.
Com este encontro, o que vai ser posto em pauta é a continuidade de uma cena urbana rasurada de uma negritude saindo das margens e invadindo a cena cultural urbana de Maceió.
Na coisa da mestiçagem, a presença dos poetas Beto Brito e Tainan Costa, o babalorixá Célio Rodrigues e ogans da casa de Iemanjá, a ialorixá Mãe Vera, Wado, Edson Bezerra e Mestre Verdelinho.
Na formação da banda, Jurandir Bozo (vocal e percussão), Luiz de Assis (vocal, percussão e violão) e Gilson Vilela (vocal, berimbau e percussão), além da participação dos músicos Willbert Fialho (violão de 6 e de 12 cordas), Léo Bulhões, Fábio de Ogum e Luciano Rasta (percussão), Jam Bass (baixo) e Zé rocha (acordeom e violoncelo).
O show Quilombagem traz uma mostra da cultura popular e negra alagoana, apresentada de uma forma atual, mas sem esquecer as origens que a fundamentaram, um passeio pelos toques do candomblé, pontos de caboclos, cantadores de coco, poetas e brincantes da nossa cultura.
Show do Quilombagem, projeto Misa Acústico em 1 de dezembro de 2007 (mp3)
terça-feira, 20 de maio de 2008
As estórias de um cantador (por Edson Bezerra)
O artista popular Jurandir Bozo surgiu nas paragens do sertão no baixo São Francisco onde banhado pelas águas doces da cidade de Pão de Açúcar se encantou desde menino pela cultura popular, e assim, veio trilhando seu caminho a mais de dez anos de luta e paixão pela música popular alagoana. Dirigiu vários espetáculos (O que Vem Depois dos Mestres, Poeira-AL, Quilombagem, entre outros) de grande repercussão local, e, um deles, Verdelinho e seus Convidados no teatro Deodoro, acabou firmando uma parceria forte com o Mestre gerando várias apresentações na cidade de Maceió e culminando na produção artística do Cd Universando, do Mestre Verdelinho.
Jurandir Bozo foi fundador e vocalista da banda Poeira Nordestina, tida como umas das bandas que mais valorizavam a cultura e a música alagoana influenciando sua geração no sentindo de buscar com pesquisa suas próprias raízes. Em sua trajetória, a proximidade com os ritmos populares vem como característica maior de uma história que a cada dia se consolida com espetáculos que difundem essas manifestações culturais, mas de forma emocionante, divertida e envolvente, levando o nome do seu Estado e de sua cidade por onde quer que vá.
Além de musico, arranjador e produtor cultural, também é de sua direção, vários espetáculos de música e teatro. Também trabalhou como professor em escolas e ongs[1], levando á seus alunos os saberes das culturas populares enquanto contador de estórias, ator e diretor de teatro de rua. Além destes atributos, ele é também poeta, improvisador de emboladas, cantador e percursionista, trabalhando com crianças e adolescestes de 06 aos 21 anos.
Nessa nova fase o artista pretende se lançar de corpo e alma nos ritmos nordestinos. Forró Violado. É um disco aonde a descontração dos ritmos vem de forma hibrida, situada em sons dançantes, onde o artista pretende explorar uma nova formação com metais (trompete, trombone e sax), pife, bateria, percussão, violão e baixo. É neste contexto de uma proposta híbrida que vai estar se dando a mistura do xote com o reggae e do coco com o flamenco. Versátil, nesta nova fase ele pretende explorar o seu trânsito por velhas e atuais influências que vão do rock, até as misturas de sua afro-alagoanidade explorando de uma forma, sobretudo hibrida as misturas de sambas de roda, cocos, guerreiros e até mesmo, as marujadas e cheganças. No fundo, coisas de gente moradora das beiradas do São Francisco e que se criou a ouvir estórias dos matadores e contos de assombração.
É neste contexto que se deve entender o seu encantamento pelas narrativas dos causos e poesias e canções a moda de viola, cirandas e cantigas de ninar.
Edson Bezerra[2]
Jurandir Bozo foi fundador e vocalista da banda Poeira Nordestina, tida como umas das bandas que mais valorizavam a cultura e a música alagoana influenciando sua geração no sentindo de buscar com pesquisa suas próprias raízes. Em sua trajetória, a proximidade com os ritmos populares vem como característica maior de uma história que a cada dia se consolida com espetáculos que difundem essas manifestações culturais, mas de forma emocionante, divertida e envolvente, levando o nome do seu Estado e de sua cidade por onde quer que vá.
Além de musico, arranjador e produtor cultural, também é de sua direção, vários espetáculos de música e teatro. Também trabalhou como professor em escolas e ongs[1], levando á seus alunos os saberes das culturas populares enquanto contador de estórias, ator e diretor de teatro de rua. Além destes atributos, ele é também poeta, improvisador de emboladas, cantador e percursionista, trabalhando com crianças e adolescestes de 06 aos 21 anos.
Nessa nova fase o artista pretende se lançar de corpo e alma nos ritmos nordestinos. Forró Violado. É um disco aonde a descontração dos ritmos vem de forma hibrida, situada em sons dançantes, onde o artista pretende explorar uma nova formação com metais (trompete, trombone e sax), pife, bateria, percussão, violão e baixo. É neste contexto de uma proposta híbrida que vai estar se dando a mistura do xote com o reggae e do coco com o flamenco. Versátil, nesta nova fase ele pretende explorar o seu trânsito por velhas e atuais influências que vão do rock, até as misturas de sua afro-alagoanidade explorando de uma forma, sobretudo hibrida as misturas de sambas de roda, cocos, guerreiros e até mesmo, as marujadas e cheganças. No fundo, coisas de gente moradora das beiradas do São Francisco e que se criou a ouvir estórias dos matadores e contos de assombração.
É neste contexto que se deve entender o seu encantamento pelas narrativas dos causos e poesias e canções a moda de viola, cirandas e cantigas de ninar.
Edson Bezerra[2]