terça-feira, 20 de maio de 2008

As estórias de um cantador (por Edson Bezerra)


O artista popular Jurandir Bozo surgiu nas paragens do sertão no baixo São Francisco onde banhado pelas águas doces da cidade de Pão de Açúcar se encantou desde menino pela cultura popular, e assim, veio trilhando seu caminho a mais de dez anos de luta e paixão pela música popular alagoana. Dirigiu vários espetáculos (O que Vem Depois dos Mestres, Poeira-AL, Quilombagem, entre outros) de grande repercussão local, e, um deles, Verdelinho e seus Convidados no teatro Deodoro, acabou firmando uma parceria forte com o Mestre gerando várias apresentações na cidade de Maceió e culminando na produção artística do Cd Universando, do Mestre Verdelinho.
Jurandir Bozo foi fundador e vocalista da banda Poeira Nordestina, tida como umas das bandas que mais valorizavam a cultura e a música alagoana influenciando sua geração no sentindo de buscar com pesquisa suas próprias raízes. Em sua trajetória, a proximidade com os ritmos populares vem como característica maior de uma história que a cada dia se consolida com espetáculos que difundem essas manifestações culturais, mas de forma emocionante, divertida e envolvente, levando o nome do seu Estado e de sua cidade por onde quer que vá.
Além de musico, arranjador e produtor cultural, também é de sua direção, vários espetáculos de música e teatro. Também trabalhou como professor em escolas e ongs[1], levando á seus alunos os saberes das culturas populares enquanto contador de estórias, ator e diretor de teatro de rua. Além destes atributos, ele é também poeta, improvisador de emboladas, cantador e percursionista, trabalhando com crianças e adolescestes de 06 aos 21 anos.
Nessa nova fase o artista pretende se lançar de corpo e alma nos ritmos nordestinos. Forró Violado. É um disco aonde a descontração dos ritmos vem de forma hibrida, situada em sons dançantes, onde o artista pretende explorar uma nova formação com metais (trompete, trombone e sax), pife, bateria, percussão, violão e baixo. É neste contexto de uma proposta híbrida que vai estar se dando a mistura do xote com o reggae e do coco com o flamenco. Versátil, nesta nova fase ele pretende explorar o seu trânsito por velhas e atuais influências que vão do rock, até as misturas de sua afro-alagoanidade explorando de uma forma, sobretudo hibrida as misturas de sambas de roda, cocos, guerreiros e até mesmo, as marujadas e cheganças. No fundo, coisas de gente moradora das beiradas do São Francisco e que se criou a ouvir estórias dos matadores e contos de assombração.
É neste contexto que se deve entender o seu encantamento pelas narrativas dos causos e poesias e canções a moda de viola, cirandas e cantigas de ninar.


Edson Bezerra[2]


[1] Ceasb (Centro ambiental São Bartolomeu), Sua majestade O Circo e Amigos do Velho Chico.

[2] Edson Bezerra, é mestre em Antropologia e Doutor em Sociologia pela Universidade Federal de Pernambuco

Um comentário:

Unknown disse...

ESSE BLOG É PEQUENO D+ PRA MOSTRAR O GRANDE TALENTO DESSE ARTISTA POPULAR!!! JURANDIR BOZO SEMPRE SERÁS PRA MIM " O MESTRE"